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Hoje elas estão um pouco fora de moda, mas há 31 anos eram os automóveis ideais para as viagens da família
Se hoje a ascensão da classe média permite que a família viaje de avião nas férias, 31 anos atrás era diferente. Os longos passeios eram feitos de automóvel e as peruas tinham o status de acomodar pai, mãe, crianças e toda a bagagem com conforto. Com o tempo, elas foram perdendo terreno para os utilitários esportivos, mas ainda sobrevivem bravamente no mercado brasileiro.
Em dezembro de 1985, portanto nas férias de fim de ano, QUATRO RODAS comparou versões de seis peruas à venda: VW Quantum CG e Parati GLS, Fiat Panorama, Ford Scala Ghia, Chevrolet Caravan Diplomata e Marajó SL.
De cara, a reportagem já fazia uma recomendação: para acertar na escolha, era importante levar em conta o tipo de uso mais frequente. Seria mais estrada ou cidade? Com ou sem carga? A luta pelo espaço era importante, mas vários outros fatores também deveriam ser avaliados.
Com seu possante motor de 4.100 cm³, a Caravan obteve o melhor desempenho entre as concorrentes. Chegou a 174,3 km/h e acelerou até 100 km/h em 12,2 segundos, marcas convincentes para uma perua de 1.224 kg.
Em seguida veio a Parati, que, com motor 1.6, bateu a Quantum 1.8. Marajó, Panorama e Scala completaram a lista. A velocidade máxima da station wagon da Ford foi superior à da Panorama, mas ela ganhou a nota mais baixa porque sua aceleração ficou quase 2 segundos mais lenta.
Motor antigo
No consumo, o motorzão da Caravan perdeu feio. A liderança foi dividida entre Panorama e Parati devido às boas médias alcançadas na estrada: respectivamente 13,45 e 13,41 km/l. Mas Marajó, Quantum e Scala não desapontaram.
Apesar da maior potência, o motor 4.1 do modelo da General Motors não foi eleito o melhor. “É antigo e não oferece boa relação cilindrada/potência”, explicava o texto. A vitória coube à linha Volkswagen, tanto o 1.6 da Parati como o 1.8 da Quantum.
Os motores da Volks eram muito bem casados com o câmbio de cinco marchas, escalonados e de engates precisos. Nesse aspecto, Quantum e Parati de novo nadaram de braçada, até em situações de uso esportivo. Panorama e Scala vieram a seguir, com engates um pouco ásperos. O câmbio da Marajó foi considerado duro e o da Caravan só tinha quatro marchas – uma quinta reduziria bastante o consumo.
O assunto mais importante quando se viaja com a família é a segurança. Por isso, a eficiência do sistema de freios está em primeiro lugar. Aqui, equilíbrio total na disputa. Todas as peruas mantiveram a trajetória – mesmo em freadas de emergência – e os espaços até chegarem à imobilidade foram considerados normais.
A situação também foi de equilíbrio no item direção. Embora mais pesadas, Caravan, Quantum e Scala se beneficiaram pela presença do sistema hidráulico (de série só na perua da GM). Nenhuma também disparou na frente em estabilidade, porque as seis transmitiram confiança. Quando estavam carregadas, as trajetórias em curva se alongaram e as respostas ficaram um pouco mais lentas, mas nada que comprometesse o resultado final. De todas, a Parati mostrou o conjunto mais homogêneo.
O desenho mais jovem da Quantum prevaleceu na análise de estilo. De fato, ela tinha um design equilibrado e, segundo a reportagem, “realçado pela presença das quatro portas. Poderia ser melhorado com um pequeno rebaixamento de todo o carro”. Na Parati, o principal pecado estava na traseira, um pouco desconectada da dianteira. A Quantum foi a mais confortável, graças aos bancos espaçosos e envolventes.
Painel completo
A posição de dirigir era melhor na Parati, que tinha banco regulável em altura. Marajó, Panorama e Scala obtiveram as menores notas porque os bancos não seguravam o corpo com firmeza nas curvas. Além disso, o volante do modelo da Fiat ficava numa posição mais horizontal.
Se a Scala não oferecia a melhor posição de dirigir, em instrumentos era imbatível. Tinha um painel completo e de fácil leitura, oferecendo as informações necessárias para o motorista manter o controle do carro. As demais apresentaram equilíbrio, pesando a favor da Caravan e da Quantum um conta-giros de bom diâmetro.
E qual tinha o melhor porta-malas para as viagens de férias? Caravan, Quantum e Scala, as peruas mais caras, saíam de fábrica com bagageiro sobre o teto e com uma tampa divisória no compartimento para proteger a bagagem. Com ela, o espaço era o mesmo dos carros dos quais elas derivavam.
Sem a tampa, porém, a situação era outra. Nessa condição, a vitória era da Quantum, que podia levar 796 litros, contra os 774 da Caravan e os 768 da Scala. Quem viajava com a Marajó deveria deixar algumas malas em casa, porque ela acomodava apenas 469 litros.
Fonte: Quatro Rodas