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Veja nessa matéria uma análise completa sobre os carros dos anos 90 entre duas potências mundial. A Fiat e todos os seus lançamentos marcantes versus a Chevrolet e suas máquinas que marcaram gerações. Mas nesse embate quem decide qual é o melhor, é você!
O desafio de uma marca que apostava na sua forte reputação no Brasil contra a outra que não se cansava de inovar
Tradição ou diversificação? Em julho de 1993, um supercomparativo colocou frente a frente a força e a tradição da General Motors e a ousadia da Fiat, com seus produtos que atendiam a uma gama variada de consumidores.
Os 14 carros se dividiram em sete duplas e o objetivo foi explorar as particularidades de cada confronto. No fim, a surpreendente goleada de 5 a 2 para a Fiat mostrava que ela estava no caminho certo em seus audaciosos lançamentos no mercado brasileiro.
Chevrolet Omega GLS x Fiat Tempra Ouro 2.0i 16V
Os primeiros carros avaliados foram Omega GLS e Tempra Ouro 2.0i 16V. Aqui, os recursos tecnológicos tiveram mais peso no resultado.
O sedã da Fiat, com motor 2.0 de 16 válvulas e quase 100 quilos a menos, bem que tentou equilibrar a disputa, se sobressaindo no desempenho – foi bem superior ao Omega em aceleração e velocidade máxima, mas teve frenagens piores.
Assim como o Tempra, o modelo da Chevrolet tinha suspensão independente nas quatro rodas, mas conciliava com mais perfeição conforto e aceleração lateral.
O Omega também levou vantagem na segurança passiva. Em caso de colisão, as fechaduras se destravavam automaticamente. Os vidros elétricos tinham sensores antiesmagamento, que não prendiam os dedos dos passageiros. Se não bastasse, o Omega dispunha de computador de bordo e alarme acionado na fechadura do carro.
Os trunfos do Tempra não eram desprezíveis, mas o Omega sobressaiu nos detalhes mecânicos, como a marcha a ré com sincronizador e a versão a álcool em motores com injeção multiponto.
Chevrolet Kadett SL 1.8 EFI x Fiat Prêmio S 1.5 ie
O segundo embate, Kadett SL 1.8 EFI x Prêmio S 1.5 ie, considerou a praticidade. Segundo a reportagem, “eles não se destacam pela velocidade ou economia, tampouco são ideais para a família. Não investem em ostentação e possuem poucos acessórios sofisticados”. Por isso, foram analisados preço, desenvoltura no trânsito, conforto e facilidade nas manobras.
A Fiat começou a reagir nesse comparativo. Para início de conversa, o Prêmio custava US$ 12.866 (sim, os preços eram cobrados em dólar em tempos de inflação desenfreada), contra US$ 14.661 do Kadett, diferença considerável para quem comprava um carro desse segmento.
Embora tivesse motor de menor cilindrada, com números de aceleração e velocidade máxima abaixo do Kadett, o Prêmio mostrou-se mais ágil nas ultrapassagens, o que vale muito no trânsito.
O golpe de misericórdia veio no item conforto: o banco traseiro do Kadett não primava pelo espaço para seus passageiros, ao contrário do Prêmio, que se destacava pela racionalidade. Para não dizer que o Fiat não tinha problemas, as trocas de marcha eram duras e nem sempre precisas. No placar, 1 a 1.
Chevrolet Chevy 500 DL x Fiat Fiorino Pick-up LX 1.6
Valentia no trabalho e charme no lazer entraram no centro da discussão no duelo entre Chevy 500 DL e Fiorino Pick-up LX 1.6. E nas duas situações a picape da Fiat saiu vitoriosa. A Fiorino conseguia transportar 620 kg, contra 500 kg da Chevy, uma diferença de 24% de carga que podia influir na decisão de quem quisesse fazer uso comercial do veículo.
Além da vocação para o trabalho, a Fiorino era uma curtição nas horas de descontração. Sua dirigibilidade superava a da concorrente, principalmente por causa da melhor posição do motorista. “Economia, estabilidade, nível de ruído e segurança também são pontos fortes. E mais: o modelo possui conta-giros, ar quente, faróis de milha e vidros elétricos”, elogiava o texto.
Os pneus cidade/campo da Chevy eram muito barulhentos e alongavam uma relação de transmissão muito curta. A relação final impedia que a picape da Chevrolet atingisse velocidades mais altas. Ao menos ela levava vantagem em estradas cobertas de lama, por causa da tração traseira.
Chevrolet Monza SL/E 2.0 x Fiat Tempra 2.0
Na briga entre Monza SL/E 2.0 e Tempra 2.0, o que valia essencialmente era o conforto. Portanto, alguns centímetros a mais – ou a menos – poderiam ser cruciais. O Chevrolet era o campeão de vendas do segmento, mas tinha um projeto dez anos mais velho em relação ao Tempra, na época um carro com linhas bem modernas.
“As qualidades externas do Fiat se repetiram no espaço interno. O carro foi pensado por fora e por dentro”, sentenciava o texto. O Tempra seguia uma tendência mundial de aproximar as rodas dos para-choques. Ou seja, a rodas dianteiras são deslocadas para a frente e as traseiras vão para trás, recurso que ajuda a aumentar as medidas do habitáculo.
Quanto mais espaço, maior o conforto aos ocupantes. O banco traseiro tinha 1,44 metro de largura, ante 1,36 do Monza. O painel também foi analisado, levando-se em conta visualização e acesso aos comandos. O do modelo da Chevrolet era mais completo, porém os controles do Fiat ficavam mais próximos da direção e o motorista os alcançava sem retirar as mãos do volante. A Fiat abre 3 a 1.
Chevrolet Chevette L 1.6 x Fiat Uno Mille Electronic
Os carros populares Chevette L 1.6 e Uno Mille Electronic não poderiam atender a outro requisito senão economia. A exemplo do comparativo anterior, o projeto dos dois automóveis era separado por um longo intervalo: enquanto o Chevette agonizava (em 1994, deu lugar ao Corsa), o Uno Mille garantia alto valor de revenda.
Economia é sinônimo de baixo consumo de combustível. E nesse teste houve empate técnico. Na média, o Chevette percorreu 11,28 km/l, ao passo que o Uno fez 11,46 km/l. No desempenho, o motor 1.6 fez a diferença positivamente para o Chevrolet.
Outro fator importante para o bolso de quem tem esses carros é a manutenção. A reportagem pesquisou o preço de sete peças de reposição, como jogo de velas, amortecedores dianteiros e traseiros e pastilhas de freio. Seis itens do Chevette eram mais baratos.
Em contrapartida, o Uno tinha o gerenciamento da ignição mapeado no motor de 1 litro, que permitia a eliminação de catalisador – recurso inexistente em alguns carros maiores e mais caros. Ele apresentou ainda resultados mais eficientes em frenagem, estabilidade e posição de dirigir.
Chevrolet Ipanema SL/E 2.0 EFI 4 portas x Fiat Elba CSL 1.6
Chegou a vez de as peruas se encararem. A Ipanema SL/E 2.0 EFI 4 portas pegou pela frente a Elba CSL 1.6. Apesar do aparente favoritismo, a Ipanema perdeu o comparativo. “Um desvio de trajetória acabou causando uma derrota inesperada”, dizia o texto.
Se o teste levasse em consideração tecnologia, requinte, desempenho e quantidade de acessórios, o modelo da GM venceria. Mas uma station wagon é destinada à família. Assim, espaço e segurança falam mais alto.
A perua da Fiat ganhou porque era superior nesses dois aspectos. O porta-malas da Elba acomodava 503 litros de bagagem, contra 424 da Ipanema, o equivalente a uma mala média. Por dentro, a Ipanema, por ser derivada do Kadett, tinha limitações no banco traseiro, ao contrário da Elba.
Vamos falar de segurança. Vindo a 80 km/h, a Ipanema precisou de 33,2 metros para parar totalmente, enquanto a rival usou uma área de 29,6 metros. O sistema de freios da Chevrolet possuía discos nas quatro rodas; a Elba tinha discos na dianteira e tambores na traseira. Mas o que dificultava as frenagens da Ipanema eram os pneus 165/80 aro 13, que tinham pouca superfície de atrito com o solo. A Elba utilizava pneus 165/70 R13.
Chevrolet Kadett GSi 2.0 x Fiat Uno 1.6R mpi
A Fiat já vencia por 5 a 1 quando Kadett GSi 2.0 e Uno 1.6R mpi entraram na pista. O esportivo da Chevrolet foi o responsável por diminuir o tamanho da goleada. A razão fundamental para a vitória do Kadett foi seu motor OHC de 121 cv, que engoliu o 1.6 mpi de 92 cv do Uno nas provas de velocidade máxima, aceleração e retomada 40-100 km/h.
O GSi alcançou 185,5 km/h, contra os 171,5 km/h do Uno. O carro da Chevrolet gastou 10,52 segundos para ir de 0 a 100 km/h (11,49 no Uno) e nas ultrapassagens demorou 18,89 segundos para retomar de 40 a 100 km/h, contra 19,22 do rival. Uma lavada, mas que não disfarçou a goleada de 5 a 2 da Fiat. Que ousadia!
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